Percebo minhas falhas, enquanto anseio por mais uma carícia nesta escuridão fechada e empoeirada.
Vendo uma folha ao chão, inclino-me até ela, e a seguro entre meus dedos. Suas finas leveduras fazem-me recordar de tristes memórias de um tempo passado, onde nem a terra, e nem o verde faziam parte deste mundo.
Volto a largá-la ao chão. É nesse instante que sinto naufragar em mares de desespero, procurando alcançar uma mão, que me é desconhecida.
Talvez seja ele? Penso. Mas volto a me conscientizar de que esse pensamento não me é permitido. Mais uma vez.
A folha, então, desaparecera. Carregada pela fria brisa que corre entre portas fechadas. A poeira estancada fora levada junto, deixando os azulejos do piso tão tentadoramente vulneráveis quanto minha vontade de chorar.
Atiro-me à ele, arranhando as pinturas numa tentativa inútil de abafar as lágrimas. E enquanto elas escorrem pelo meu rosto, fecho os olhos, retendo o último sopro que me resta desta vida.
É assim que acordo, segundos depois, entre lençóis suaves e acolhedores. E vejo seus olhos adormecidos. Sua mão estendida para mim.