sábado, 8 de maio de 2010

O Estranho



Ele fixará seus olhos nos teus
Tomando para si, todo teu esplendor
Deliciar-se-á com o negro estrelar do céu
Enquanto observa o luar crescer,
Brilhando de ânsia e de dor.

Ele enrolará seus cabelos nos teus,
Inalando a fragrância na seda suave e macia
Ele aproximará seu queixo
Nas curvas nuas de tua nuca,
Aspirando a inocência de teu ser.

Brincará com suas cordas vocais,
Cantando a doce melodia dos anjos,
Oferecendo toda sua existência
Para afundar em seu mais prolongado eco
Para que quando o deixes,
Sintas a angústia, sua ausência.

Ele lhe tomará em seus braços,
Roubará teu hálito, arrancando-te deste mundo.
Provará o prazer violentamente,
Esvaziando-o até o fim, até o fundo.

Através dos bosques, entre as árvores
Passando no estômago até os calcanhares.
Ele bebe a seiva que tua veia faz correr,
Tu eres a razão do seu viver.




                                            

Um comentário:

Anônimo disse...

Acho que não preciso dizer muita coisa... Adorei, como sempre.

Detalhes simples e significativos, em todos os sentidos.