sábado, 8 de maio de 2010

O Estranho



Ele fixará seus olhos nos teus
Tomando para si, todo teu esplendor
Deliciar-se-á com o negro estrelar do céu
Enquanto observa o luar crescer,
Brilhando de ânsia e de dor.

Ele enrolará seus cabelos nos teus,
Inalando a fragrância na seda suave e macia
Ele aproximará seu queixo
Nas curvas nuas de tua nuca,
Aspirando a inocência de teu ser.

Brincará com suas cordas vocais,
Cantando a doce melodia dos anjos,
Oferecendo toda sua existência
Para afundar em seu mais prolongado eco
Para que quando o deixes,
Sintas a angústia, sua ausência.

Ele lhe tomará em seus braços,
Roubará teu hálito, arrancando-te deste mundo.
Provará o prazer violentamente,
Esvaziando-o até o fim, até o fundo.

Através dos bosques, entre as árvores
Passando no estômago até os calcanhares.
Ele bebe a seiva que tua veia faz correr,
Tu eres a razão do seu viver.




                                            
"[...]- Ali não tenho poderes. Entretanto...Madeleine foi criada. Você está livre.
- E você satisfeito - disse eu, retomando o autocontrole.- Não pretendo ser desagradável. Você me tem. Eu o amo. Mas estou mistificado. Está satisfeito?
- Como poderia não estar?- perguntou.- Claro que estou satisfeito."

(Entrevista com o Vampiro, Anne Rice)




quarta-feira, 21 de abril de 2010

O Fim

Hoje decidi parar com tudo.   
Chega desse sentimento horrivel. Chega de sofrer.  
Chega disso.  
Não me sinto com mais vontades para continuar com vontade de continuar sentindo isso. Até por que lá no fundo, eu sempre soube que nucna seria assim. E ultimamente até isso tem se traspassado na minha frente como uma simples e leve brisa, trazendo consigo a verdade nua e cruel.
Quero poder sentir-me livre novamente. Quero poder livrar-me dessa prisão que me tem como idiota. Deixar de ser idiota, para ser mais precisa.
Ontem foi um dia triste, para mim. Mas ao mesmo tempo sinto-me satisfeita e aliviada por ter-me feito compreender o atu al estado em que estou agora. Hoje, agradeço por isso. 

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quarta-feira, 14 de abril de 2010

The Curse of the Fallen Angel


The comfort words once whispered
Makes me want to ruin you…
With my hands trembling, I hold
And tenderly surround you.

The sound of the cruel silence
After I steal you away…
But I continue to lock you
For the longest prey.

Burning those deep feelings
Burning the killing thought…
I finally fall.
And the memories stuck.

Swallow my dreams, I said.
So I let myself die inside your breath
As you caress my face, my soul
With your beautiful stained glass. 





                                       

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Esquecido, porém eterno


Sentindo seus leves, e no entanto picantes toques na minha pele já pelo tempo desgastada e enrugada; seus dedos percorriam minhas orelhas, escorregando pelo pescoço, assim chegando no peito. A incrível sensação que essas mãos me proporcionaram durante tanto tempo, continuavam a me extaciar ainda agora, após anos de desgaste. Após anos de convivência. Seu corpo parecia tão docemente vulnerável às minhas reações, que por resposta, o meu próprio rugia de ansiedade, enquanto o prazer latente afogava-se no sangue fervoroso das minhas veias, despertando novamente. Pensei já ter extinguido esse gosto libidinoso. Pensei que nunca mais me tocaria como antes, num passado distante. Mas em contraparte, ele continuava a sussurrar belas e dóceis palavras no meu ouvido, trocadas com ternos beijos (às vezes de paixão, às vezes de amor) e por vez abafados em todo o meu corpo, nesta inesquecível noite. Era admirável como a vergonha e a notável falta de intimidade, que naqueles últimos anos têm sido algo presente em nosso dia-a-dia, era agora ignorada completamente, deixada-a de lado, como se nunca tivesse existido. Eu sonhara acordada com aqueles braços, aqueles lábios, tantos dias, a me dominarem de novo; e repito, lá estava ele, mais uma vez, debruçado sobre mim, me possuindo de tal forma que um simples estalar de dedos não me fariam acreditar nesse momento mágico, o qual vivenciei tantas e tantas vezes dentro da minha angustiada e (pensei, por um tempo ter sido) solitária mente. Apesar de tudo, sua forma de me acariciar, como fizera antes, não mudara em nada nesse tempo. Continuava da mesma forma, intensa e apaixonadamente como os dois jovens saudáveis que um dia fomos. Digo isso, porque apesar da nossa avançada idade, nada era impossível para nós naqueles instantes. E digo também (pois sinto-me no dever de tal), que a partir de agora - até o pouco de vida que, creio eu, nos resta- nada nos afetará. Tenho certeza disso. Pois as belas palavras de afeto, total ternura, e principalmente de amor só poderiam significar umas coisa: seu amor, (ou melhor, nosso amor) ainda estava vivo. Sempre esteve. E continuaria pelo resto daquela noite eterna.



 

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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

I am







I'm tears in your moments of joy, the only bird in open sky;
The envy that you expose; in your desert, the only rose. 
Your oasis. 
I am the light in your darkness, the sun in your heart; 
The oxygen of your illness, the pain of your art. 
I’m your routine, your addiction, your imagination. 
I’m your lost poem, 
in your locker reserved, cranked and smashed.



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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Guess My Name



Escondo-me. Atrás das mentiras, das sombras dos pecadores. Mergulho profundamente nos sonhos mais belos, nos mais aterradores; purifico-me com eles. Bebo e engulo todos os sentimentos; alimento-me, respiro deles. Absorvo toda e qualquer sensação prazerosa que possam sentir. Não durmo, sou o motivo de insônia, o motivo do coexistir. Brinco com seus erros e os faço errar novamente, para divertir-me ainda mais. Hipócritas, estúpidos, seres humanos. Atraio-os. Insinuo-os a forma de viver. Dou-lhes a esperança. A obsessão. A ambição. Às vezes apareço, discretamente. Sou, antes de tudo, a ilusão. 




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